Zeinal Bava falou ao CH sobre o papel da PT na investigação
Na sua opinião, o sucesso das parcerias entre empresas e entidades académicas passa pela partilha e pelo trabalho com abertura, que deve caracterizar os projectos de I&D. “A inovação é uma obrigação de todos e só pode ser potenciada se trabalharmos numa cultura de rede”, frisou, acrescentando que a colaboração com as universidades é algo que pretende “continuar a incentivar e a aprofundar”.
Proximidade com o talento e cultura de risco acentuada
Celso Martinho, director tecnológico da Sapo também explicou ao nosso jornal a importância dos laboratórios criados pela PT nas universidades de Aveiro e do Porto. Para além de proporcionarem“proximidade com o talento, são espaços por excelência onde se pode fazer muita experimentação e ter uma cultura de risco mais acentuada”, algo “difícil de obter num ambiente mais ligado ao negócio”. O mesmo reforçou também que, se os projectos “não derem em nada, está tudo bem porque isso faz parte da fórmula de sucesso”.
Relativamente a estes dois laboratórios, Celso Martinho considera que o da Universidade de Aveiro (UA) está “um pouco mais avançado”, na medida em que também já foi concebido há mais tempo. “Já temos vários projectos que conseguiram dar a o salto para o ambiente comercial, como o Sapo Campus, e esperamos conseguir fazer o mesmo com o laboratório da UP”, que foi ontem inaugurado, embora funcione há vários meses.
O projecto Sapo Campus, desenvolvido no laboratório da UA, resultou do reaproveitamento de várias tecnologias que o portal Sapo tem de suporte – vídeos, fotografias, blogs, etc. – “e que a universidade, dentro de um laboratório, conseguiu encapsular num produto novo”. Trata-se de uma ferramenta de apoio ao processo de aprendizagem em que os docentes e os alunos podem gerir os conteúdos que produzem na sala de aula, em vez de usar as ferramentas públicas de blogging e de vídeos para utilizarem esse material.
“Agora têm um espaço próprio onde podem construir essa base de dados de conhecimento das suas cadeiras”, destacou Celso Martinho, adiantando que a PT pretende “propor o produto a outras entidades ligadas ao ensino e que não sejam necessariamente universidades”.
A tecnologia é um meio para atingir um fim
Zeinal Bava falou também sobre o investimento da PT em novas tecnologias, dizendo que este é “um imperativo estratégico da empresa”. O presidente executivo sublinhou que a tecnologia é “um meio para atingir um fim”, e nunca a finalidade em si, acrescentando que esta “tem que estar disponível para que as empresas possam desenvolver serviços que melhorem a sua eficiência e eficácia e a qualidade de vida das pessoas”.
O empresário assumiu que a PT está “comprometida” com a quarta geração, mas advertiu que a sua“massificação” está além do trabalho que pode ser feito pela sua empresa, pois terá a ver directamente com os custos dos equipamentos terminais. “Podemos ter a quarta geração disponível mas, se os equipamentos terminais forem muito caros, as pessoas não vão usar”, pelo que, na sua opinião, a massificação vai depender de “um esforço de toda a indústria e, acima de tudo, do que for investido no desenvolvimento de aplicações”.